Aos 24 anos de idade, Leandro Monteiro Reis já controlava o morro da Mangueira. Seu currículo garantia-lhe um prestígio necessário para trabalhar como chefe do tráfico de drogas. Atividade essa exercida com muito sacrifício, pois só através disso sobrevivía dentro do sistema capitalista, mas principalmente, algum sustento para a família. Após cinco anos controlando a Mangueira, sua parceria com o Comando Vermelho se transformara num negócio de ótimos frutos. O mercado de drogas se expandira para todo o Estado do Rio de Janeiro, com inúmeros clientes de alto nível, até viciados de baixa renda. PitBull exportava maconha, cocaína, crack, heroína e até haxixe, para outros morros da mesma facção criminosa, além é claro, de comprar e revender armas para policiais ou bandidos. Em determinadas épocas do ano, seus lucros subiam de maneira exorbitantes (dezembro chegava a faturar algo em torno de um milhão de reais).
Desde que o governador Sérgio Cabral, resolveu tocar a Lei da Intolerância – Cópia mal feita da “Tolerância Zero”, adotada por Rudolph Giuliani, então prefeito de Nova Iorque, visando prevenir o mau-hábito da legalidade pública. No caso de Sérgio Filho, lançam-se diversas medidas instantâneas das polícias militar e civil contra o crime organizado. As conseqüências e os reflexos desse terror são evidentes, a sociedade assiste a tudo perplexa – Soltam bordões, como: “Bandido bom é bandido morto”. Há aqueles que concordam com tais atitudes, dentre estes, o novo prefeito do Rio, Eduardo Paes é um grande aliado das políticas do Governador.
Tanto desprezo lembrou-me daquele filme de sucesso Hollywoodiano, “O senhor das Armas”, com Nicolas Cage no papel do maior revendedor de armas de fogo para todas as redes terroristas do planeta. O comércio exterior proporciona-lhe um grande negócio, tanto que seu império todo fora construído em função disso, guerras civis, urbanas, mundiais; dentre terroristas, policiais, ditadores e capitalistas. Mas ao contrário do que se pensava, Nicolas não era uma pessoa má. Na verdade ele nem pensava em mortos, pois sua intenção era vendê-las e, também muni-las de balas. O personagem estava perdido em tanta riqueza, cego perante uma multidão pobre, sem qualquer oportunidade de trabalho. Sua culpa se aproveita dos ignorantes, desprivilegiados, inconseqüentes – Mesmo depois de perder a família, o dinheiro e ser preso, o Senhor das Armas volta para os grotões da sociedade.
No caso de PitBull, tudo termina quando a polícia o acerta com um tiro no abdômen, levando-o a morte...